Há quase 14 anos, o que começou como um projeto já rendeu boas oportunidades de mudança de vida para moradores de comunidades de Vitória. O Banco Bem, banco comunitário que atende 12 bairros da capital do Espírito Santo, também já entrou na onda da tecnologia e conta agora com moeda digital.
A moeda própria, que foi criada em 2005 abrangendo apenas três comunidades, hoje circula pelas mãos de moradores de 12 bairros de periferia em Vitória: São Benedito, Bairro da Penha, Itararé, Jaburu, Gurigica, Consolação, Floresta, Bonfim, Engenharia e outros do entorno. Essa região passou a ser conhecida como Território do Bem.
Cada cédula ganhou um valor correspondente em dinheiro (aplicativo no celular) e quatro anos atrás o dinheiro digital chegou ao banco que dá crédito a quem precisa, inclusive a quem tem restrições em bancos tradicionais.
“A teoria do banco comunitário é fornecer serviços financeiros solidários para essa comunidade na perspectiva de fazer circular a riqueza que toda essa comunidade produz aqui dentro”, explicou a diretora da entidade gestora Leonora Mol. O banco não tem diretor.
Em quase 14 anos de banco, os empréstimos já passaram da casa dos R$ 2 milhões e a inadimplência nunca passou de 2%. Em 2007, passou a funcionar também como um correspondente da Caixa Econômica Federal, nos mesmos moldes de um banco tradicional.
“Aqui a gente paga os boletos, faz saques, dá para fazer depósitos também”, listou a moradora Roniele Aparecida Vieira.
Empreendedores
A designer criativo Carla Ramos foi a primeira jovem empreendedora atendida pelo Banco Bem. O próprio quarto dela é o atelier onde ela cria muita coisa manualmente e também na máquina: biquínis, bolsas, pochetes, acessórios em geral, roupas.
Carla fez um curso oferecido pelo banco e empreendeu usando o próprio talento. “Quando o Banco Bem começou a expandir, com cursos de qualificação, divulgações de marca, foi quando deu um avanço para a minha marca”, disse.
O microempresário Carlos André de Almeida também foi um morador que aproveitou as oportunidades do Banco Bem. “Precisei comprar maquinários e o Banco Bem me ofereceu essa ajuda para eu conseguir comprar”, disse.
São cerca de 20 mil pessoas beneficiadas no Território do Bem. Outra é a microempresária Horrana Loureiro, que tinha o sonho de trabalhar co o serviço de bronzeamento na laje, mas não tinha dinheiro para investir na estrutura necessária para conforto das clientes.
Com empréstimos no banco comunitário, ela conseguiu concluir a obra da laje da casa, construiu banheiros e toda a estrutura necessária.
“Eu tinha um espaço menor, não tinha toda essa estrutura que eu tenho agora. Conversei com as meninas do banco e foi uma coisa muito rápida, em menos de dois meses eu já tinha um empréstimo liberado e comecei a obra”, contou Horrana.
Fonte: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2019/08/05/banco-comunitario-ajuda-a-melhorar-realidade-de-12-bairros-de-vitoria.ghtml?fbclid=IwAR3qtgdggoTvxBPIPPfHeSbJcxc2hePzxpFHiCJCNhewtDg7IBuyAASqbRY